ALMANAQUE BAIANO
Meditação
“Louvem-te a ti, ó Deus, os povos; louvem-te os povos todos”. Sl. 67:3
Citação da Semana
“A corrupção na Petrobrás foi institucionalizada a partir de 2004”. De Pedro
Barusco, mentor de propina na estatal, em depoimento a CPI da Petrobrás. Foi
chamado por deputados federais de “pai da propina na Petrobrás”.
Conselheiro
A comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa sabatinou quarta-
feira (10) Marcus Presídio, advogado com especialização em Gestão Operacional
Pública, para a vaga no Tribunal de Contas do Estado (TCE). Ele assume a vaga
deixada pelo Conselheiro Zezeu Ribeiro. Presídio é funcionário efetivo a 32 anos da
Assembleia Legislativa da Bahia e há 18 anos é Superintendente de Administração
e Finanças da casa. A indicação é do deputado Marcelo Nilo (PDT), presidente da
Alba.
CPI da Petrobrás
A semana que passou politicamente foi quente em Brasília. Terça-feira (10), a
Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) ouviu o ex-diretor da Petrobrás Pedro
Barusco. Confessou que foi ele que deu inicio ao processo de propina na estatal,
posteriormente se instuticionalizou e se estendeu para outras diretorias. Barusco
chegou afirmar a CPI que teme por sua vida, e fez referência ao caso Celso Daniel
ex-prefeito de Santo André (SP), que foi morto (assassinado) depois que fez
declarações que não agradou a companheiros.
CPI - I
Barusco confirmou à CPI o teor dos depoimentos prestados à Justiça Federal
no processo de delação premiada da Operação Lava Jato. Ele ratificou que está
devolvendo US$ 97 milhões, que estão guardados em contas bancárias no exterior.
E revelou que existe um cartel de empreiteiras e estaleiros e detalhou as operações
da empresa privada Setebrasil (especializada em construir sondas de perfuração)
e ressaltou “agora estou aliviado por estar ajudando na repatriação” Eu não
recomendo para ninguém, é muito doloroso, afirmou.
CPI – II
O ex-presidente da Petrobrás Sergio Gabrielli, ouvido na CPI quinta-feira (12),
disse que é impossível para a Petrobrás descobrir internamente as ações da
corrupção na estatal. Os pagamentos milionários de propinas foram denunciados
pelos ex-dirigentes da Petrobrás Paulo Roberto Costa e Pedro Barusco. Gabrielli
afirmou também que “não há corrupção sistêmica” na Petrobrás. Integrantes da
CPI contestaram.
O governo perdeu a credibilidade do povo brasileiro
Como entender? Em Brasilia e outros estados da Federação as manifestações
“panelaço” contra o governo Dilma (PT) ocorreram domingo (8), enquanto ela
discursava em rede de Rádio e TV, na sexta-feira (13) mais manifestações em todo
país por petroleiros, pedindo mudança na política da Petrobrás e a semana fechou
com mais aparições populares programada para domingo (15).
Na agenda presidencial viagens programadas. Em São Paulo (10), Dilma participou
da abertura da Feira da Construção Civil em ambiente fechado, foi recebida com
vaias, em contra partida esteve no Acre (RB) e fez entrega de novecentas casas
populares, a situação foi mais aprazível, um grupo recepcionou-a com palavras que
lhe agradou “Dilma...Dilma...”, no Rio de Janeiro na inauguração do Porto do Futuro
(RJ), foi aplaudida em pequena escala por trabalhadores da construção naval e
autoridades e mais uma vez fez um apelo “todo mundo pegue junto” para o Brasil
voltar a crescer.
O que está por trás de tudo isso? Comenta-se é à esquerda? E o que é chamado de
esquerda? Será que Dilma enganou o eleitorado no período eleitoral e o eleitor
agora quer o mandato de volta? Sim, mais um mandato foi conquistado, após a
conquista tudo se fez novo. Nova carga tributária (Imposto de Renda), mudanças
na área social [Seguro Desemprego], combustível, aumento nas contas de energia,
água, o crédito diminuiu para os beneficiários do bolsa família e os preços da cesta
básica elevada.
Agora a presidenta (Dilma) pede a compreensão da população, na realidade a
palavra certa é [arrego], paciência e como atender esse apelo, é o trabalhador que
vai bancar a situação? Sim, o trabalhador já banca há muito tempo. É preciso cortar
na própria carne, o que se vê na capital da República (DF) nos órgãos públicos
é luxo e luxuria. O exemplo podia começar de casa, no Palácio da Alvorada, no
Palácio do Planalto, no Palácio do Jaburu, no Itamarati, na Câmara e Senado
Federal e tantos outros palácios que existem no Distrito Federal.
Nos dois turnos no horário eleitoral da eleição para presidência da República,
não se ouvia nada disso, o pedido de “arrego”, tudo estava ótimo, o país em
crescimento, a economia estabilizada, pelo visto, as palavras pronunciadas pela
candidata Dilma estava debaixo do tapete? O trabalhador não suporta mais o
arrocho.
Ao falar com a imprensa no Rio de Janeiro quinta-feira (12), a presidenta Dilma
questionada sobre a mobilização popular de domingo (15), ela deixou claro “é
um direito de todo cidadão se manifestar, vez que não traga prejuízo aos prédios
públicos ou privados ou a própria população”. E ressaltou, “hoje o cidadão pode se
manifestar, tem direito, no tempo dela, a coisa foi pior, quem se manifestasse era
subversivo, ia preso”, hoje a democracia é plena.
Certo é que a classe operária (trabalhadora) vem perdendo não só
financeiramente, mas os espaços conquistados ao longo do tempo. Essa
semana constatamos relato de funcionários na cidade funcional (Brasilia), o
descontentamento dos moradores, com referência a saúde, educação, segurança,
transporte, perda de emprego, greve de ônibus, enfim situação constrangedora
para os brasilienses, que tanto se orgulhavam de morar na capital do país e
conclamavam que a população durante a semana vestissem roupa nas cores verde
ou amarelo, alem de estimular através das redes sociais a convocação para a
mobilização nacional de domingo (15).
Por fim é tempo de reflexão, não basta fazer apelo à população, não basta dizer
que é até dezembro o arrocho, certo é que o brasileiro perdeu a confiança, a
credibilidade do governo. “O mesmo povo que dar o poder é o mesmo povo que
tira do poder”. [Itamar Ribeiro]