Estejam vigilantes, mantenham-se firmes na fé, sejam homens de coragem, sejam fortes. 1º Cor 16:13

14 de setembro de 2015 \\ Almanaque Baiano


 

"Não está em questão o que ele fez pela consolidação da democracia do nosso país." Deltan Dallagnol procurador da República ao reconhecer importância de José Dirceu para democracia.

 

Crise Política

A frase do momento é “Crise Política”. Que significa? “É a situação de um governo que se defronta com sérias dificuldades para se manter no poder”. A crise política alcançou em cheio não só os políticos, os empresários e por fim a população brasileira.

Os municípios brasileiros vivem momentos difíceis, comprometidos até a alma, com folhas de pagamento, débitos com fornecedores e prestadores de serviços. Da forma que estão (municípios), como vão honrar os pagamentos e o 13º salário. O município de Lauro de Freitas na região metropolitana de Salvador, o prefeito Marcio Paiva (PP), promete cortar o próprio salário em 30%, ajustar as contas que pode provocar a demissão de 20 a 30% de cargos comissionados. O município já perdeu do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), 33% do repasse, em 2014 o valor foi de R$ 3,35 bilhões, em 2015, só foi repassado R$ 2,25 bilhões.

Os funcionários de carreira não devem sofrer perdas nos salários, mas nas gratificações pode haver ajustes (diminuição). O executivo vai encaminhar um Projeto de Lei (PL) para a Câmara de Vereadores até o dia 20 de setembro, com a finalidade de enxugar a folha de pagamento. Sendo aprovado o (PL) a redução salarial pode acontecer na folha do mês de outubro.

 

E no país?

A crise política se arrasta. Por enquanto tudo é conversação entre os interlocutores políticos, reunião, jantares nos palácios, nas casas de ministros, nas mansões de congressistas, de resultado positivo nada apresentado. A queda de braço entre os poderes é grande, a linguagem não é homogênea, o ministro da Fazenda Joaquim Levi discorda de seu colega do Planejamento Nelson Barbosa, a presidenta Dilma Rousseff, não comunga com as informações apresentadas por seus assessores diretos da área econômica, daí então o tempo passa, já temos nove meses do segundo governo Rousseff.

Nesse embate, Dilma recorre ao presidente do Senado, senador Renan Calheiros (PMDB), em busca de alternativas para tentar amenizar a situação política e econômica do país. A opção apresentada até agora é a linguagem “vamos aumentar”, impostos, cobrança da Cide, ressuscitar o imposto do cheque (CPMF) com outro nome, quem tem dinheiro fora do país pagar imposto, tudo isso para corrigir um erro do próprio governo que enviou um orçamento negativo para o Congresso Nacional, com um rombo de mais de R$ 30 bilhões.

O governo tenta buscar um superávit, mas tudo isso é hipotético, são previsões, não são realizáveis dentro da escrituração contábil. Se todo esse desenho não alcançar a cifra, qual a desculpa que vai ser apresentada? Os projetos sociais existentes foram garantidos na campanha eleitoral, a presidenta Dilma afiançou que daria continuidade e o programa Minha Casa, Minha Vida teria um crescimento maior.

O que se ouve dos interlocutores: Temos que cortar na própria carne. Ora está se cortando na própria carne? O que se vê em Brasília é luxo, é um luxo só. Os prédios onde sediam os Tribunais, os Ministérios, as mansões e órgãos do governo federal e do Distrito Federal, surpreende a quem chega à Brasília a cada seis meses. Pergunta-se o que Brasilia-DF produz para manter esse luxo? Ora, quem mais produz fica na ponta (Municípios) e recebe nanicas fatias chamadas de FPM, os governos estaduais, não produzem nada, mas participam do bolo.

Esses tríplices poderes União, Estado e Municípios, cada um com seu domínio, vai construindo seu relacionamento com dificuldades ou não, e a municipalidade paga a conta. Os gestores municipais precisam entender que, o município produz para as duas esferas de governo estadual e federal e fica a municipalidade a mercê de um simples repasse de verba (FPM) de tudo que ele produz.

Chegamos ao ponto de perder o selo de “BOM PAGADOR” quinta-feira (10), segundo analistas da Standard & Poor's (S&P). Isso significa a combinação de melhora do ambiente político e medidas para que a economia volte a crescer, que eles chamaram de "questões desafiadoras". Para se recuperar alguém tem que pagar o preço e esse alguém é você contribuinte.

Além disso, outras empresas financeiras foram rebaixadas, Banco Safra, Banco Bradesco, Banco Citibank, Itau Unibanco Holding, Itau Unibanco, Banco Santander (Brasil), Banco do Nordeste do Brasil, Banco do Brasil, Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais, Caixa Econômica Federal, Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES). É preciso os governantes deixar o orgulho ou a vaidade de lado, pensar na real situação política e econômica que vive o país e apresentar ao Brasil, um projeto de sustentabilidade política e econômica para que os contribuintes (brasileiros) deem mais um voto de confiança ao atual governo.

Almanaque Baiano