Razões para mentir

04 de abril de 2016 \\ O Bispo


Neste 01 de abril celebra-se o Dia da Mentira. Uma pesquisa feita nos Estados Unidos revela que 91% da população admitem que mentem, de vez em quando. Pelo menos uma vez por semana. É possível que alguns dos restantes 9% tenham mentido ao responder a enquete. A arte de mentir nasceu junto com a humanidade. Filha do pecado, é impossível que desapareça algum dia.

A MENTIRA se apresenta de muitas maneiras, desde a mentira infantil, a mentira social, a mentira política, até as enganadoras estatísticas. No dia 8 de agosto de 1974, Richard Nixon, o 37º presidente dos Estados Unidos, teve de renunciar porque foi provado que havia mentido.

A PESQUISA procurou saber também porque as pessoas mentem. Foram apontados cinco "bons motivos" para não dizer a verdade: para obter um emprego, para encobrir um erro cometido, para embelezar um relatório, para manchar a reputação de alguém e para encobrir outra mentira.

NA REALIDADE não existe nenhum motivo bom, nenhum motivo justo para mentir. A mentira pode solucionar uma situação no momento, mas provoca muitos outros problemas. É significativo um dos cinco motivos para mentir: para encobrir outra mentira. A pessoa mentirosa torna-se refém da mentira e precisa continuar mentindo até ser desmascarada. O bom senso do povo garante: o diabo faz a panela, mas não faz a tampa. Por sinal, o diabo é considerado o Pai da Mentira.

O MENTIROSO acaba acreditando em sua própria mentira. Enganar os outros é condenável, mas enganar a si mesmo, é trágico. Ao ser desmascarado, o mentiroso apela para um cipoal de desculpas. As mais freqüentes: eu não sabia, foi engano, fui mal entendido, não vi, ouvi de outra pessoa, fulano me disse.

NA OLIMPÍADA de 1928, em Amsterdã, o juiz ia dar a medalha de ouro ao francês Lucien Gaudin, na prova de esgrima. Ele porém, tirando a máscara de proteção, confessou ao juiz uma infração. Perdeu a medalha, mas seu nome e seu caráter ficaram nas páginas de ouro da história.

É SEMPRE condenável mentir, mas existem três pessoas a quem não se deve mentir de jeito nenhum: ao padre, ao médico e ao advogado. Os três não poderão realizar seu trabalho se não partirem da verdade e a mentira vai trabalhar contra o mentiroso. É por isso que a sabedoria do Evangelho esclarece: "A verdade vos libertará" (Jo 8,32).