DÍVIDA EUROPEIA

28 de janeiro de 2014 \\ Osmando Barbosa

Semana passada finalmente uma boa nova sobre economia alcançou os noticiários. Foi divulgado que a dívida da zona do euro caiu pela primeira vez desde 2007. Por que comemorar? A região enfrenta anos de crise, com efeitos no mercado de trabalho e no crescimento econômico dos países, e, principalmente, para nós, na redução de importações. 
 
Segundo a agência de estatísticas, a Eurostat, a dívida passou de 93,4%, no segundo trimestre do ano passado, para 92,7% entre julho e setembro. Ainda está mais alta, no entanto, que no terceiro trimestre de 2012 (90%) e bem acima do limite previsto nas regras da União Europeia (60%). 
 
Entre os 28 países membros da UE, apenas 12 têm dívida abaixo desse percentual de 60%, de acordo com os números da Eurostat. São eles: Suécia, Finlândia, Eslováquia, Romênia, Polônia, Luxemburgo, Lituânia, Letônia, Estônia, Dinamarca, República Checa e Bulgária. 
 
O número médio de toda a zona do euro está melhor, mas quando a gente olha por país, os dados indicam que a situação ainda é preocupante, que o caminho pela frente é longo.
 
Vejam só o gráfico abaixo. A Grécia (EL), sempre ela, com dívida de 171,8% do PIB, está muito longe dessa média de 92,7%. E durante o ano passado, a dívida do país aumentou, o que é pior. No primeiro trimestre, estava em 151,9% do PIB; no segundo, em 168,8%; no seguinte, subiu mais três pontos percentuais.
 
Na lista dos que têm as maiores dívidas ainda aparecem Itália (IT), com 132,9%; Portugal (PT), com 128,7%, que já fez um esforço tremendo; Irlanda (IE), com 124,8%, e Chipre (CY), com 109,6%, países que ocuparam as páginas dos jornais nos últimos anos por estarem sofrendo diretamente os efeitos da crise da dívida na Europa.
 
Ao contrário do que aconteceu com a Grécia, a dívida de Portugal (-2,6 pontos percentuais), da Itália (-0,4 pp) e da Irlanda (-0,6pp) caíram no terceiro trimestre em relação ao anterior.
 
E como anda a situação das duas maiores economias da Europa? Alemanha e França conseguiram reduzir suas dívidas/PIB entre um trimestre e outro. Enquanto a da primeira está em 78,4%, mais baixa, a da França está igual à da zona do euro, em 92,7%.
 
Já a da Espanha (ES) está em 93,4% do PIB e aumentou mais de um ponto percentual entre o segundo e o terceiro trimestre do ano passado, segundo as tabelas da Eurostat. 
 
Na outra ponta, entre os que têm as mais baixas dívidas, aparecem Estônia (EE), com 10%; Bulgária (BG), com 17,3%; e Luxemburgo (27,7% do PIB).
 
Com a crise, muitos governos tiveram que socorrer bancos, o que fez as contas públicas piorarem. Além disso, passaram a arrecadar menos com a piora da economia.