José de Arimateia promete priorizar atenção básica e criar agência de desenvolvimento econômico
Candidato a prefeito de Feira de Santana pelo Republicanos, o deputado José de Arimateia tem um plano de governo voltado especialmente para a saúde e educação. Em entrevista ao Acorda Cidade nesta quinta-feira (22), ele disse que atenção básica à saúde será prioridade, em uma possível gestão e que é inadmissível uma cidade com cerca de 700 mil habitantes ter apenas uma escola em tempo integral. Na área da economia, disse que vai criar uma agência de desenvolvimento econômico.
Filho de agricultor e professora, José de Arimateia diz saber o que é pobreza. “Trabalhei na roça, vendi na feira, fui camelô, auxiliar de serviços gerais, ambulante, microempresário, sou pastor e jornalista. Conheço a realidade e a necessidade das pessoas”, iniciou a apresentação.
Na política, foi vereador por dois mandatos em Feira de Santana e hoje está no quarto mandato de deputado estadual. Frisa que é uma pessoa honesta e ficha limpa. Casado há 35 anos, pai de dois filhos e vive em Feira de Santana há 25 anos. Diz que se candidatou a prefeito, porque sabe que Feira precisa de mudança. Veja abaixo o que ele propõe para a cidade.
Acorda Cidade - Quais as propostas do senhor para Feira de Santana?
José de Arimateia - Com o trabalho que estamos fazendo nessa caminhada de 22 anos de vida pública, Feira de Santana já foi beneficiada pelo nosso grupo político, trazendo emendas, como a que o nosso deputado federal, Márcio Marinho colocou. Hoje, os conselhos tutelares estão equipados graças ao grupo político que eu pertenço.
Feira de Santana, diante dessa situação, diante do que as pessoas viram no nosso trabalho, o comprometimento na Assembleia Legislativa, que fui presidente da comissão de saúde por quatro anos e hoje sou presidente da comissão de meio ambiente.
Em Feira de Santana hoje existe as casas da Urbs, como Feira X, Feira IX, Feira V e Feira VII e não se paga mais o aluguel a prestação da casa, porque como deputado estadual fui relator de um projeto que anistiou todas as casas da Urbs. Sou autor de um projeto que é lei, que criou a Semana de Conscientização e Proteção aos Direitos dos Animais. Também sou autor da indicação da criação da Delegacia de Proteção aos Direitos da Pessoa Idosa. Hoje você sabe que existe uma violência contra o idoso e Feira precisa de uma delegacia. Só temos uma em Salvador e era para ter mais. Mas, devido a questões políticas, por eu ser oposição ao governo do estado, o governo não acatou a indicação para trazermos para Feira a delegacia.
Diante dessas ações como parlamentar, como vereador que eu fui, recebi um convite da população para que nosso nome fosse colocado para prefeito. O homem que está na vida pública, ele deve estar sempre antenado e ouvir aquilo que a população mais precisa e o meu nome seguiu assim. Houve esse chamado do segmento cristãos, dos apoiadores, do próprio presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, de outros segmentos... foi ganhando corpo e hoje estou aqui, para dar minha contribuição como gestor e na nossa gestão estaremos fazendo uma mudança que Feira precisa.
Vamos administrar com transparência, em contato com o povo. Não vamos ser aquele prefeito isolado do povo, como está acontecendo. As pessoas não têm acesso ao prefeito. No caso de José de Arimateia, ele vai trabalhar e governar Feira com a benção de Deus e em segundo, com a ajuda das pessoas.
Dentro dessa linha, nós preparamos um plano de governo com mais de 110 itens em todas as áreas. Na área da saúde, por exemplo, hoje em Feira de Santana existem 150 mil feirenses que não têm acesso e são excluídos da atenção básica. Não se resolve o problema da saúde, se a atenção básica não chegar a 100%. Esse governo que está aí, que já vem rolando há 20 anos, nunca se esforçou para chegar a essa meta. Quando tem atenção básica, que é a porta da entrada do SUS, as pessoas não vão para a “fila da morte”, que é a regulação. A atenção básica dos municípios não funciona e Feira de Santana era para ser um exemplo, ter 100% da atenção básica funcionando e hoje não tem. Então, não adianta fazer um hospital municipal sem garantir que toda a população de Feira seja atendida pela atenção básica de qualidade.
Temos a proposta, vamos universalizar a atenção básica com as seguintes medidas: construir mais postos de saúde, pois temos um déficit de nove em Feira; contratar mais médicos; aumentar a equipe de saúde da família; aumentar o número de agentes comunitário de saúde, são necessários mais 34; equipes da família e mais 25 agentes comunitários. Tudo isso dentro da atenção básica. Na atenção intermediária, que é urgência e emergência, vamos construir mais UPAs comuns e 24 horas. Vamos atender mais de 300 mil pessoas.
Em Feira de Santana, vamos atuar na atenção básica, vamos fazer contrato com as clínicas particulares, para evitar essas filas que existem. Fila para marcar, fila para exames, diante dessa situação, dentro do nosso plano de governo, na saúde, vamos fazer uma saúde dez, não com está aí, o povo precisa ser respeitado. Cuidar da vida das pessoas é responsabilidade do gestor e se o gestor não se preocupa com a saúde da população, a população fica sem atendimento, como está acontecendo. Depois de organizarmos a atenção básica, iremos construir o hospital público municipal. Prefeito nenhum teve essa coragem e é simples construir.
Feira, na saúde, vai receber mais de um R$ 1,5 bilhão no próximo ano. Se nós fizermos o trabalho com transparência na saúde pública, vamos ter recursos para construir o hospital e manter. Querem construir o hospital público e até hoje nada. Como vão prometer agora que vão construir? Mas nós vamos. Primeiro vamos resolver o problema crônico, que é fazer com que a atenção básica venha funcionar. Esse é um compromisso que vamos fazer no nosso governo, vamos ter as parcerias. Além de ter os recursos próprios, porque se não fosse a na questão do desvio de mais de R$ 200 milhões na saúde, era para Feira de Santana ter uma saúde de qualidade. Precisamos mudar esse trabalho com respeito a saúde pública.
AC - O senhor citou que alguns problemas de Feira de Santana não foram resolvidos nesses 20 anos. Mas o senhor participou desse grupo e não sugeriu as mudanças por quê?
JA - Boa pergunta. Você sabe que no governo passado nós fomos procurados, mas para trazer recursos e isso foi feito. Não tivemos a oportunidade de sugerir, ou seja, o que que o deputado José de Arimateia poderia dar de contribuição para a saúde, para a educação, para a zona rural, os distritos que hoje estão em calamidade? Os distritos e a zona rural são outro problema crônico e eu nunca fui procurado. Então, apenas para viabilizar recursos para a cidade e o nosso partido, juntamente com o grupo político, colocamos mais de R$ 15 milhões de emendas para a cidade Feira.
AC - O deputado estadual tem a emenda impositiva, não é isso? Desse total, o senhor disponibilizou quanto?
JA - Exatamente. As emendas são do nosso grupo político, emendas federais. Nas minhas emendas, como deputado estadual, colocamos mais de R$ 8 milhões para Feira de Santana. Só que temos outro problema grave, que é essa questão das divergências políticas. Por eu ser oposição ao governo do estado, hoje eu tenho mais de R$ 7 milhões em emendas travados, porque o governo só libera aqueles que são aliados à eles. Para Feira de Santana, a última emenda que eu coloquei, que inclusive o próprio governo do estado sinalizou que ia liberar a emenda, foi para a criação da casa de parto, R$ 690 mil e a secretaria de Saúde de Feira de Santana perdeu o prazo de apresentar documentos, projetos na Secretaria de Saúde da Bahia. Por isso, a emenda não veio e a casa de parto não existe.
AC - O deputado estadual tem quanto em emendas?
JA - Os estaduais têm R$ 1,5 milhão por ano, somente. Já os deputados federais são R$ 15 milhões por ano. Esses oito milhões que eu coloquei para Feira de Santana foram dessa trajetória, nos meus quatro mandatos de deputado estadual.
AC - No seu programa de governo, o senhor promete uma educação nota dez. Gostaria que o senhor desse uma explicação de como chegar a educação nota dez.
JA - A primeira coisa é a valorização dos professores. Por exemplo, hoje, Feira de Santana, o plano de carreira dos professores está engavetado, porque esse governo que está aí engavetou. O plano de carreira significa a valorização do professor, aquilo que o professor tem de direito. É claro que há uma discussão, há um diálogo e pelo o que vocês acompanham nos últimos tempos, esse diálogo não existe do poder executivo municipal com os professores.
Feira de Santana representa o pior índice do Ideb na educação. Não é só Feira não é o estado também. Vamos construir mais escolas, vamos equipar as escolas. Como é que hoje existem escolas em Feira, que o aluno não tem acesso a uma água filtrada? Vamos construir escolas em tempo integral. Feira de Santana hoje só tem uma escola dessas, uma cidade de quase 700 mil habitantes. Vamos ampliar o número de creches. Hoje, Feira de Santana só tem 3.093 vagas de creches. Como é que a mãe, que arranja um emprego, vai trabalhar, se ela não tem onde colocar a sua criancinha? E tem mais! Dentro dessa escola de tempo integral, os alunos vão ter quatro refeições, esportes, aulas de música e cultura. Vamos criar a bolsa estudante nota dez. Vai ser um percentual que a prefeitura vai dar para o estudante que for melhor no seu desenvolvimento na sala de aula. Hoje, existe a evasão escolar por quê? Porque as escolas estão sucateadas, nem todas têm computadores e vamos equipar. Vamos criar também as bibliotecas, que hoje em dia tem em poucas escolas. Tem escola que não tem nem sala de professor, não tem equipamento. Essa é a realidade e é um dos motivos que a educação de Feira de Santana está em péssima qualidade.
AC - O senhor tem noção do tamanho de Feira de Santana? Se sente preparado para administrar essa cidade?
JA - Eu tenho sim. Feira de Santana é uma cidade que tem crescido e por falta de uma gestão organizada está crescendo desorganizada. Precisamos organizar Feira. Precisamos valorizar os distritos da cidade. Precisamos valorizar a zona rural. Feira, hoje, é o maior entroncamento rodoviário do Norte-Nordeste. Se você chegar em São Paulo, no meio da classe empresarial, as pessoas não conhecem a potência que Feira de Santana tem em termos de desenvolvimento. Precisamos mudar isso. Dentro do nosso plano de governo, iremos criar uma agência de desenvolvimento Feira S.A, que é exatamente para que os grandes empresários possam vir. Primeiro, vamos valorizar os pequenos empresários daqui, que querem se organizar para o crescimento econômico. Feira de Santana não só pode crescer na extensão, tem que crescer criando emprego e renda para a população.
AC - De que forma o senhor pretende criar emprego e renda?
JA - Primeiro vamos desburocratizar e facilitar a abertura de empresas em Feira. Para você ter uma ideia, existe uma burocracia para o empreendedor investir em Feira de Santana. Vamos desburocratizar. Vamos criar essa agência de desenvolvimento que vai apresentar Feira para as grandes capitais do Brasil, principalmente São Paulo. Vamos apresentar Feira também em outros países. Hoje, se você entrar na internet, que é o cérebro da questão da atualização, do conhecimento nas redes sociais, você não encontra um site de Feira com vários idiomas. Como é que o empresário internacional pode investir em Feira se não tem isso? Vamos trazer empresas dessa forma, vamos vender a cidade lá fora, no sentido de mostrar que Feira tem uma estrutura, uma potência. Vão chegar empresas na cidade e, chegando, vão chegar empregos e renda para a população.
AC - Recentemente saiu uma pesquisa de intenções de voto do Jornal A Tarde e o senhor pontuou somente 1%. Qual é a avaliação que faz dessas pesquisas?
JA - A forma, a metodologia dessas pesquisas, elas não correspondem com a realidade. Como é que você ouve 600 pessoas por telefone? Qual o critério? Como é que Feira de Santana hoje tem um colégio eleitoral de 400 mil eleitores e eu - que fui vereador no município e no último mandato tive quase 5 mil votos, sou deputado estadual e, na última eleição, tirei quase 10 mil votos em Feira de Santana - e hoje eu só tenho 4 mil votos na pesquisa. Um por cento de 400 mil é 4 mil. Isso não é verdade. Inclusive, dei uma entrevista ao próprio jornal, que me procurou. Um jornal tão conceituado, realmente essa pesquisa foi tendenciosa e a população sabe que o meu nome nas ruas de Feira de Santana a realidade é outra.
AC - Sabemos e estamos sempre a acompanhar as informações de que hospital municipal é fácil de construir, mas difícil de manter. Pelo o que o senhor tem conhecimento, é possível a construção?
JA - É possível. Primeiro, temos que mudar essa metodologia das cooperativas. As cooperativas em Feira, como em vários municípios, não correspondem com a realidade da saúde e da população, não presta aquele serviço da saúde. Não são os profissionais, é a falta de gerência dos recursos. Vocês acompanharam que aqui mesmo em Feira, a própria imprensa divulgou um desvio de mais de R$ 100 milhões na saúde pública e o ralo foi por onde? Cooperativas. Como é que nós vamos construir o hospital público municipal? Com recursos próprios e vamos manter com a PPP, a Parceria Público-Privado. Temos o exemplo de Salvador. Lá tem o hospital municipal. O prefeito ACM Neto não tem dificuldade de administrar. Temos também parcerias com o governo federal. Como é que eu vou governar Feira sem bater na porta do presidente da República e do governo do estado? Terminou a eleição, esse negócio de partidarismo não existe. Hoje, Feira carrega uma marca negativa, por causa dessas brigas políticas que estão acontecendo. Então, o hospital público municipal nós temos como construir e manter com uma saúde dez e vamos fazer isso.
AC – Quais são as considerações finais do senhor?
JA – Primeiro, eu queria agradecer a Deus por estar aqui participando desse processo e dizer para os amigos que sozinho nós não iremos a lugar nenhum. Então, com a confiança em Deus e na família, tenho um candidato a vice-prefeito, que é o professor cabo Paulo Tasso, uma pessoa preparada, que vai me ajudar muito na gestão. Um homem que tem experiência extraordinária na segurança pública e Feira de Santana está precisando muito disso.
Quero dizer para vocês, meus amigos de Feira de Santana, eu preciso de uma oportunidade. Vocês já deram uma oportunidade a este grupo aí, para resolver os problemas, eles tiveram 20 anos e não resolveram. Eu quero essa oportunidade, para resolver esses problemas.
Como já falei na nossa plataforma de governo, gostaria de dizer para vocês que eu não serei um prefeito de igreja ou de um sedimento, eu serei um prefeito de todos, independente da cor, da religião. Eu estarei governando para todos os segmentos e isso vocês podem acreditar. Estarei também mantendo aquilo que faz parte da cultura de Feira de Santana no nosso governo. Então, fiquem tranquilos.
E para os moradores da zona rural, digo que existem mais de 20 anos que vocês não têm uma atenção especial. No nosso governo vocês vão ter todas as áreas e gostaria de pedir a vocês que nos acompanhassem nas redes sociais, para que conheçam de perto quem é José de Arimatéia. No Instagram: @josedearimatéiaoficial; no Facebook: @josedearimateia .
Quero dizer para Feira de Santana que estou preparado, com esses 57 anos de idade, a direção de Deus e a sabedoria que é ouvir vocês. No nosso governo, você, cidadão feirense, vai ter vez e voz. Será um governo de transparência e nós não iremos admitir corrupção. Iremos fazer Feira ficar 10 na saúde, na educação, na agricultura e em todos todas as áreas. Pode contar conosco.
Fonte: Acorda Cidade
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