Os três principais partidos que disputam o governo do Estado
Bons de voto
Os três principais partidos que disputam o governo do Estado são
também os que se enfrentam, segundo observadores, para ver qual faz o deputado federal mais votado. O representante do DEM é ACM Neto, que nos tempos de poder, passou duas vezes dos 400 mil votos.
Estima-se que, mesmo na oposição, terá na faixa dos 300 mil, agregando votos de opinião e do sentimento carlista.
O PMDB manda para a batalha o presidente regional, Lúcio Vieira Lima, que além do trabalho próprio que desenvolve obstinadamente em toda a Bahia, com a força de prefeituras e do Ministério da Integração Nacional, é o herdeiro natural dos votos do irmão Geddel, candidato ao governo do Estado. O patamar previsto para ele é de 250 mil votos.
Beneficiado pela não-concorrência de Walter Pinheiro e Lídice da Mata na área da "esquerda", pode chegar a essa faixa, em nome do PT, o deputado Nelson Pelegrino, que vai para o quarto mandato. Seu maior competidor dentro do partido é o ex-secretário Rui Costa, que andou muito à vontade a bordo da máquina, mas não estaria em posição de "estourar urna".
Favoritos
Bem cotados eleitoralmente para a Câmara dos Deputados são ainda Mário Negromonte (PP) e Edson Pimenta (PCdoB), além de Jutahy Júnior, do PSDB. A propósito, nos bastidores, diz-se que os tucanos elegerão dois deputados federais. A briga pela segunda vaga será entre João Almeida e Antonio Imbassahy, com vantagem para o primeiro, que além de deputado é o líder do partido.
Com relação à Assembléia Legislativa, os cálculos indicam a liderança dos deputados Marcelo Nilo (PDT) e Ronaldo Carletto (PP) e do petista Rosemberg Pinto. Mas são esperadas votações acima de 80 mil também para o deputado Gildásio Penedo (DEM) e os novos candidatos Marcelino Galo (PT) e Mário Negromonte Júnior (PP).
Gratidão
Quando resolveu, no começo de 2007, trocar o PFL pelo PR, da base do governo Lula, a convite do então ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, a deputada federal Tonha Magalhães foi elegante e corajosa: comunicou a decisão ao senador Antonio Carlos Magalhães em audiência.
ACM comentou: "Não vejo problema. Não estou feliz, mas não lhe dei voto e não posso lhe exigir". E citou, agradecido, a solidariedade que recebeu de Tonha no episódio da violação do painel do Senado, em 2001, quando renunciou ao mandato para evitar a cassação.
Recordou que a deputada organizou manifestações no Aeroporto e no Pelourinho para recebê-lo. "Outros, não. Outros me abandonaram". E disse nome por nome: Leur Lomanto, Benito Gama, Jonival Lucas e José Lourenço.
Quem boicota quem?
Confirmado pela pesquisa Datafolha o senso comum de que o senador César Borges (PR), com 34% das intenções de voto, larga com vantagem na disputa por uma das vagas ao Senado, os números restantes não deixam de ter sua ironia.
É que, com 26%, Lídice da Mata (PSB) está seis pontos à frente de seu companheiro de chapa, Walter Pinheiro, do PT, cujos apoiadores, segundo se comentou, fariam um boicote à deputada para que o petista não perdesse a vaga. Pelo jeito, essa turma vai ter de trabalhar muito.
O pessoal de Lídice, por sua vez, pode até começar a pensar em usar o mesmo veneno que queriam prescrever à sua candidata.
Tarcízio X Zé Ronaldo
Apenas para repor as relações de ambos no devido lugar, Tarcízio Pimenta (DEM), prefeito de Feira de Santana, não é "herdeiro político do candidato democrata ao Senado, José Ronaldo", como se divulgou na imprensa.
De origem "esquerdista", Tarcízio, depois de eleger-se vereador pelo PMDB em 1992, chegou à Assembléia Legislativa, em 1994, pelo PSB. Depois, via PTB, aderiu ao carlismo, tendo "alcançado" o PFL somente em 2006, quando conquistou seu quarto mandato de deputado estadual.
José Ronaldo também começou como vereador em Feira em 1992, mas pelo PDS, então o partido do falecido senador Antonio Carlos Magalhães. Três vezes deputado estadual pelo sucessor PFL, foi líder da maioria no primeiro governo Paulo Souto, deputado federal e duas vezes prefeito.
Evolução eleitoral
Em 2008, a candidatura de Tarcízio à Prefeitura não foi "natural" dentro do grupo político de que fazia parte. Era conhecida a disposição do prefeito José Ronaldo de apoiar outro nome a sua sucessão, o que exigiu do pretendente uma ação agressiva, levando-o a apresentar seu pleito à cúpula do partido e por precaução filiar a esposa, Graça Pimenta, ao PR.
O prefeito Ronaldo tinha de fato alta aprovação popular a seus dois mandatos e grande cacife eleitoral, mas Tarcízio era também um candidato forte. Uma divisão nos arraiais do PFL poderia ser desastrosa, especialmente num pleito com adversários de expressão, como os deputados federais Sérgio Carneiro (PT) e Colbert Martins (PMDB).
Do sentimento inicial que lhe foi atribuído, de preferir "perder com um amigo a ganhar com um inimigo", José Ronaldo evoluiu para uma aliança que venceu a eleição e que, "apesar das intrigas", como diz fonte ligada ao prefeito, vem se mantendo. Tarcízio reafirma lealdade a seu partido, cumpre os deveres do cargo e trabalha feito um louco para eleger a esposa deputada estadual.
Colaborou com esta coluna o jornalista Luis Augusto administrador do Blog Porescrito Estudantes defendem sustentabilidade com Agendas 21 Colégio estadual implanta laboratório
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