13 de julho – Dia Internacional do Rock!

10 de julho de 2011 \\ Osmando Barbosa

Parabéns, roqueiros! Dia 13de julho é uma data normal para a maioria das pessoas, mas para todos nós, a minoria roqueira, é um dia de enorme celebração e satisfação. É o Dia Mundial do Rock!
Mas, alguém sabe por que o 13 de julho? Foi neste dia, em 1985, que Bob Geldof, vocalista da banda Boomtown Rats, organizou o maior evento da história do rock, o Live Aid. Um show simultâneo em Londres (no estádio de Wembley), Inglaterra e Filadélfia (no JFK Stadium), EUA. O evento tinha uma também uma razão social. Nele foram arrecadados fundos para ajudar no combate a fome na Etiópia e contou com a presença de artistas célebres como The Who, Status Quo, Led Zeppelin, Dire Straits, Madonna, Queen, Joan Baez, David Bowie, BB King, Mick Jagger, Sting, U2, Paul McCartney, Phil Collins (que tocou nos dois lugares), Eric Clapton e Black Sabbath.O evento parou o mundo e alcançou a audiência pela TV de 2 bilhões de telespectadores em todo o planeta, em 140 países.
O show da Filadélfia foi memorável! Que abertura! Joan Baez abriu o evento executando "Amazing Grace", para o estádio lotado. Imagine mais de 100 mil pessoas cantando em coro o trecho "eu estava perdido e agora me encontrei, eu estava cego e agora consigo ver"! E este não foi o ápice! O espetáculo marcou também a única reunião dos três sobreviventes da banda Led Zeppelin, Robert Plant, Jimmy Page e John Paul Jones, com a presença ilustre de Phil Collins na bateria. Foi uma loucura! Tinha apenas 11 anos, mas essa lembrança é tão recente quanto meu café da manhã de hoje! Como foi o encerramento? Meu Deus! Ao final, Mick Jagger e Tina Turner entraram juntos cantando "State of Shock" e "It's Only Rock and Roll", com Daryl Hall, John Oates e os ex-integrantes dos Temptations, David Ruffin e Eddie Kendrichs fazendo os backing vocals. Foi, de fato, o maior momento na história do rock e da música mundial!
Aqui no Brasil, o rock nasceu tão logo Elvis Presley disparou o primeiro dos três acordes de That's Alright Mama, e as primeiras cenas de "Rock Around The Clock/Balanço das Horas" - passaram nas telas dos cinemas brasileiros, com a trilha sonora de Bill Halley & His Comets. Em meados dos anos 50, inicialmente pelas mãos e vozes de orquestras de baile e cantores populares, como Betinho e Seu Conjunto, Nora Ney e Cauby Peixoto, o rock and roll tomou conta dos rádios, televisões e produziu ídolos como Sérgio Murillo, Tony e Celly Campello. Em seguida, com a entrada em cena da fase instrumental, os novos roqueiros agregaram à história do rock nacional os sons das guitarras, influenciados por grupos como os ingleses Shadows e os americanos Ventures, ampliando a cultura musical da juventude. Depois, nos anos 60, com a chegada dos Beatles, dos Rolling Stones e Jimi Hendrix, vieram a Jovem Guarda, a Tropicália e o som de garagem, com seus yê-yê-yês, distorções de guitarras e contestação. A experiência acumulada desembocou na geração dos anos 70, com o rock made in Brazil, que aprofundou as misturas sonoras, incorporando o progressivo, a música rural e outros sons nordestinos.
Mas, foi nos anos 80, o rock brasileiro se firmou no mercado. Nossa música tirou espaço de nomes consagrados da MPB e da música romântica nas paradas de sucesso. Quem não vibrou com Blitz? Liderado por Evandro Mesquita, esse foi é o primeiro fenômeno do pop rock nacional. A música "Você não soube me amar", de 1982, ainda é pedida em todas as rádios do país hoje. Depois do Blitz, segue-se uma epidemia positiva de novos talentos, como Barão Vermelho, que tem Cazuza, para mim, o segundo maior letrista do rock brasileiro dos anos 80 (perdendo claro, para o incomparável Renato Russo), Kid Abelha & os Abóboras Selvagens, Legião Urbana, Paralamas do Sucesso e Camisa de Vênus. Surge ainda o que poderia se chamar de “uma fusão de MPB com a música pop internacional”. Eduardo Duzek, Marina Lima, Lulu Santos, Lobão e Ritchie são os representantes dessa tendência. Seguindo essa tendência, o grupo paulistano RPM, liderado por Paulo Ricardo, chega a vender 2 milhões de discos entre 1986 e 1988. Ainda de São Paulo emergem Ultraje a Rigor e Titãs, cujo disco Cabeça dinossauro transforma-se em marco da musicalidade produzida no período.
Veja uma lista das bandas nacionais que mais se destacaram nos anos 80.
Mais recentemente, apareceram muitos grupos cantando em inglês, abrindo perspectivas de sucesso internacional. O grupo mineiro Sepultura consagra-se na Europa e nos Estados Unidos, vendendo hoje mais discos fora do Brasil do que aqui, em terras tupiniquins. O grupo paulistano Viper conquista o Japão, sendo hoje o grupo latino que mais vende em terras nipônicas.
Mas, seja lá como for, nacional, norte-americano, inglês, ... , rock é magnetismo, é chegar e bater a porta com o pé, é segurança nas letras inseguras. Então façamos assim, essa semana vamos cantar a história do rock com a paixão e a rebeldia de sempre.