Você sabe quem foi Saul de Tarso?
Poucos sabem, mas Saul é o nome original de um dos personagens mais importantes do Cristianismo: São Paulo. Paulo nasceu entre o ano 5 e 10 da era cristã, em Tarso, capital da Cilícia, na Ásia Menor, cidade aberta às influências culturais e às trocas comerciais entre o Oriente e o Ocidente. Descende de uma família de judeus da diáspora, pertencente à tribo de Benjamim, que observava rigorosamente a religião dos seus pais, sem recusar os contactos com a vida e a cultura do Império Romano.
Seus pais deram-lhe o nome de Saul (nome do primeiro rei dos judeus). Como Saul em grego é Saulo, assim foi conhecido inicialmente esse herói do Cristianismo que nascera numa importante e rica família judia. Foi criado no intuito de servir, de forma rígida, às normas dos fariseus, classe religiosa dominante da época.
Tudo parecia tranqüilo na vida do judeu Saulo, até o dia em que se mudou para Jerusalém, para se tornar um dos principais dos sacerdotes do Templo de Salomão. Lá se deparou com uma seita iniciante que tinha nascido dentro do judaísmo, mas que era contrária aos principais ensinos farisaicos: o Cristianismo.
O que se esperar de um fariseu em relação a esta seita, que dentre outras coisas alegava que o Deus de Israel via todos os povos de forma igual? Claro que Saulo sentiu-se profundamente ofendido com os seguidores dessa seita, passando a perseguir todos os seus membros, culminando com a morte de Estevão, diácono grego e grande pregador cristão, que foi o primeiro mártir do cristianismo.
Mas, foi no ano de 32 D.C., dois anos após a crucificação de Jesus, que a vida de Saulo ganhou novo rumo. Foi nesse ano, numa viagem a Damasco atrás de seguidores do cristianismo, que Saulo teve uma visão de Jesus, que em espírito lhe perguntava: "Saulo, Saulo, por que me persegues?". Após esse contato ficou cego imediatamente. Levado a cidade, depois de alguns dias, um discípulo de Jesus, chamado Ananias, foi incumbido de curá-lo. Após voltar a enxergar, converteu-se ao cristianismo, mudando o seu nome para Paulo.
Paulo, a partir de então, se tornaria o "Apóstolo dos Gentios", ou seja, aquele enviado para disseminar o Evangelho para o povo não judeu.
Em 34 D.C., foi a Jerusalém, levado por Barnabé, para se encontrar com Pedro e Tiago, líderes da principal comunidade cristã até então. Durante 16 anos, após sua conversão, ele pregou no vale do Jordão, na Síria e na Cilícia. Foi especialmente perseguido pelos judeus, que o consideravam um grande traidor.
Fez quatro grandes viagens missionárias: 1ª Viagem (46-48 D.C.), 2ª Viagem (49-52 D.C.), 3ª Viagem (53-57 D.C.), 4ª Viagem (59-62 D.C.), sendo que na última foi à Roma como prisioneiro, para ser julgado, e nunca mais retornou para a Judéia.
Especializou-se em doutrinar através de cartas. Certamente escreveu mais de duas dezenas, contudo apenas catorze destas cartas chegaram até nós, chamadas de Epístolas Paulinas. São elas: Epístola aos Romanos; 1ª e a 2ª aos Coríntios; aos Gálatas; aos Efésios, aos Filipenses; aos Colossenses; 1ª e a 2ª aos Tessalonicenses; 1ª e 2ª a Timóteo; a Tito; a Filemon e aos Hebreus.
Através de suas cartas, Paulo transmitiu às comunidades cristãs e aos seus discípulos uma fé fervorosa em Jesus Cristo, na sua morte e ressurreição. A esta fé soma-se um fator fundamental: o seu temperamento, que era passional, enérgico, ativo, corajoso e também capaz de idéias elevadas e poéticas.
No ano de 64 D.C., foi morto pelas Legiões Romanas, nas perseguições aos Cristãos instauradas por Nero, depois do grande incêndio de Roma. Quando estava já perto da morte, Paulo escreveu as seguintes palavras:
“Quanto a mim, já fui oferecido em libação, e chegou o tempo de minha partida. Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé. Desde já me está reservada a coroa da justiça, que me dará o Senhor, justo juiz, naquele Dia; e não somente a mim, mas a todos os que tiverem esperado com amor a sua Aparição” (2Tm 4,6-8).
Para Paulo Jesus Cristo veio ocupar o lugar que o Pentateuco (Lei) ocupava na sua mente e coração dos judeus. A Lei Nova substitui a Lei Antiga.
Jesus é para ele o fim da Lei, é a Nova Aliança, a nova criação, é o único mediador da justificação e salvação do homem.
Em 2Cor 5,18-19, Paulo escreve: “Tudo isto vem de Deus, que nos reconciliou consigo por meio de Cristo e nos confiou o ministério da reconciliação”.
Em Rm 1,4 Paulo afirma: “A promessa a Abraão concretizou-se em Cristo, constituído Filho de Deus com o poder do Espírito de santificação, através da ressurreição dos mortos. Jesus Cristo é a sua vida, a sua esperança, o seu apoio, o seu modelo de vida, o seu Senhor e meta”. (cf. Gl 2, 19-20).
Apesar de toda essa importância para a Igreja Católica, poucos sabem que dia 29 de junho Paulo e Pedro dividem às atenções. Isso mesmo! Dia 29 de junho e dia de São Paulo. Que tal aproveitar o dia para pensar no seu exemplo? Deixe Deus falar ao seu coração e tenha uma semana abençoada!