O que acontece no cérebro da pessoa apaixonada.

28 de fevereiro de 2015 \\ Osmando Barbosa

Li, esta semana, um belo artigo
 
sobre as reações químicas que se 
 
processam no cérebro daqueles que se 
 
apaixonam e o transcrevo aqui pra 
 
vocês... 
 
Entre as áreas cerebrais 
 
estimuladas pelo amor, algumas se 
 
destacam sobremaneira: são as que 
 
formam o circuito de recompensa. Entre 
 
elas, impõe-se o chamado 
 
núcleo accumbens, uma pequena região 
 
situada alguns centímetros atrás de seus 
 
olhos, muito sensível à dopamina — 
 
neurotransmissor que aumenta com a 
 
paixão — e ao qual se conhece, 
 
popularmente, como o centro do prazer. 
 
É ele que é ativado especialmente 
 
quando recebemos um prêmio ou 
 
quando temos sede e bebemos água. 
 
Realmente, o circuito de recompensa é 
 
também o circuito do vício, daí o caráter 
 
viciante das primeiras fases do amor. 
 
Para identificar as regiões do 
 
cérebro ativadas com a paixão, os 
 
cientistas costumam usar o que se 
 
conhece como ‘ressonância magnética 
 
funcional’. Essa técnica capta a maior ou 
 
menor chegada de oxigênio a cada área. 
 
Foi assim que se viu que, durante a 
 
paixão, o circuito de recompensa 
 
trabalha com especial fervor e que o 
 
córtex pré-frontal parece “desligar”. Esta 
 
última é a área do cérebro mais 
 
propriamente humana, a responsável 
 
fundamental por nossa capacidade de 
 
raciocinar e emitir julgamentos 
 
elaborados. As consequências são 
 
evidentes: o amor obscurece a 
 
capacidade crítica. Isso explicaria a 
 
A ciência ainda não foi capaz de 
 
determinar se, por natureza, somos 
 
monógamos, polígamos ou monógamos 
 
sequenciais, mas se sabem algumas das 
 
coisas que influem nessa realidade. Pelo 
 
menos em ratos. Os roedores do campo 
 
são profundamente fiéis à sua parceira. 
 
Os da montanha, pelo contrário, são 
 
promíscuos contumazes. A explicação? 
 
Os primeiros têm muito mais receptores 
 
de oxitocina e vasopressina nas áreas 
 
de recompensa. De fato, quando estes 
 
hormônios são bloqueados no 
 
laboratório, os ratos do campo se 
 
comportam como se fossem ratos da 
 
montanha, sem nenhum tipo de 
 
predileção especial por qualquer de suas 
 
parceiras. Os humanos não são ratos. É 
 
evidente que nossa fidelidade depende 
 
de muito mais fatores. Mas algumas 
 
variações nos receptores de 
 
vasopressina, por exemplo, foram 
 
associadas a uma maior ou menor 
 
promiscuidade. Não são determinantes, 
 
mas constituem um fator que pode 
 
chegar a intervir. Algumas pesquisas 
 
observaram que quando se ministrava 
 
oxitocina intranasal a homens que 
 
estavam em uma relação, eles achavam 
 
suas parceiras mais atraentes. 
 
A razão não pode compreender a 
 
paixão em toda sua complexidade. A 
 
ciência será capaz de nos dizer muitas 
 
coisas sobre a química e os mecanismos 
 
cerebrais envolvidos no amor. Mas não 
 
nos fará entender sua magia E isso só 
 
se pode entender estando apaixonado.
 
                         (Jesus Mendez Gonzalez)