O que acontece no cérebro da pessoa apaixonada.
Li, esta semana, um belo artigo
sobre as reações químicas que se
processam no cérebro daqueles que se
apaixonam e o transcrevo aqui pra
vocês...
Entre as áreas cerebrais
estimuladas pelo amor, algumas se
destacam sobremaneira: são as que
formam o circuito de recompensa. Entre
elas, impõe-se o chamado
núcleo accumbens, uma pequena região
situada alguns centímetros atrás de seus
olhos, muito sensível à dopamina —
neurotransmissor que aumenta com a
paixão — e ao qual se conhece,
popularmente, como o centro do prazer.
É ele que é ativado especialmente
quando recebemos um prêmio ou
quando temos sede e bebemos água.
Realmente, o circuito de recompensa é
também o circuito do vício, daí o caráter
viciante das primeiras fases do amor.
Para identificar as regiões do
cérebro ativadas com a paixão, os
cientistas costumam usar o que se
conhece como ‘ressonância magnética
funcional’. Essa técnica capta a maior ou
menor chegada de oxigênio a cada área.
Foi assim que se viu que, durante a
paixão, o circuito de recompensa
trabalha com especial fervor e que o
córtex pré-frontal parece “desligar”. Esta
última é a área do cérebro mais
propriamente humana, a responsável
fundamental por nossa capacidade de
raciocinar e emitir julgamentos
elaborados. As consequências são
evidentes: o amor obscurece a
capacidade crítica. Isso explicaria a
A ciência ainda não foi capaz de
determinar se, por natureza, somos
monógamos, polígamos ou monógamos
sequenciais, mas se sabem algumas das
coisas que influem nessa realidade. Pelo
menos em ratos. Os roedores do campo
são profundamente fiéis à sua parceira.
Os da montanha, pelo contrário, são
promíscuos contumazes. A explicação?
Os primeiros têm muito mais receptores
de oxitocina e vasopressina nas áreas
de recompensa. De fato, quando estes
hormônios são bloqueados no
laboratório, os ratos do campo se
comportam como se fossem ratos da
montanha, sem nenhum tipo de
predileção especial por qualquer de suas
parceiras. Os humanos não são ratos. É
evidente que nossa fidelidade depende
de muito mais fatores. Mas algumas
variações nos receptores de
vasopressina, por exemplo, foram
associadas a uma maior ou menor
promiscuidade. Não são determinantes,
mas constituem um fator que pode
chegar a intervir. Algumas pesquisas
observaram que quando se ministrava
oxitocina intranasal a homens que
estavam em uma relação, eles achavam
suas parceiras mais atraentes.
A razão não pode compreender a
paixão em toda sua complexidade. A
ciência será capaz de nos dizer muitas
coisas sobre a química e os mecanismos
cerebrais envolvidos no amor. Mas não
nos fará entender sua magia E isso só
se pode entender estando apaixonado.
(Jesus Mendez Gonzalez)