Produção de Hidrogênio Verde terá impacto direto na descarbonização
Com vento e sol em abundância, condições ambientais potencialmente favoráveis à produção de Hidrogênio Verde (H2V) e a primeira fábrica brasileira deste insumo em construção, a Bahia sai na frente e pode se tornar um polo de descarbonização, contribuindo de forma significativa com a indústria nacional e internacional.
Quando entrar em operação, no ano que vem, o projeto integrado de hidrogênio verde e de amônia verde da Unigel deverá ser o maior do mundo. “A beleza do processo é que ele não tem carbono em nenhum momento. O hidrogênio verde é o combustível limpo do futuro e nós seremos pioneiros no Brasil”, afirma o CEO da Unigel, Roberto Noronha Santos.
Com investimento inicial de US$ 120 milhões, a fábrica da Unigel, cuja pedra fundamental foi lançada em julho, deve entrar em operação até o final de 2023. De acordo com Luiz Felipe Fustaino, diretor executivo da empresa, uma das maiores no segmento químico no país, o projeto terá impacto imediato no processo de descarbonização, pois adiciona a cadeias produtivas uma produção industrial totalmente carbono zero.
Localizada no Polo Industrial de Camaçari (BA), em terreno próprio da Unigel, a nova fábrica terá, em sua primeira fase, capacidade de produção de 10 mil toneladas/ano de hidrogênio verde e de 60 mil toneladas/ano de amônia verde. Na segunda fase do projeto, prevista para entrar em operação até 2025, a Companhia deve quadruplicar a produção dos insumos.
Polo de descarbonização
A Bahia é considerada uma região potencialmente favorável ao desenvolvimento de H2V, em função da disponibilidade de recursos de energia renovável de baixo custo. Para o funcionamento desta primeira fábrica, a Unigel assinou contrato com a Casa dos Ventos, uma das maiores empresas de geração de energia a partir de fontes renováveis do país.
Para se obter o hidrogênio, a fábrica de Camaçari contará com três eletrolisadores padrão de 20 MW da thyssenkrupp nucera, com capacidade total de 60 MW na primeira fase. Os equipamentos utilizam fonte de eletricidade proveniente de energias renováveis. Depois, é preciso comprimir ou converter os insumos, a depender da sua utilização, ou liquefazê-los para vender como combustível.
Atualmente, não há opções economicamente viáveis para descarbonizar um terço das emissões relacionadas à energia (principalmente dos setores industriais de uso intensivo de energia e transporte de carga). O hidrogênio pode ser a resposta para o fornecimento de energia renovável a setores para os quais a eletrificação é difícil, como transporte, indústria e processos que exigem elevada quantidade de calor.
SENAI CIMATEC desenvolve Mapa
O SENAI CIMATEC está desenvolvendo o Mapa do Hidrogênio Verde (H2V), um estudo contratado pelo Governo do Estado para identificação das áreas prioritárias com vocação para a produção do chamado “combustível do futuro” na Bahia. O estudo vai ficar pronto em novembro.
O objetivo principal do projeto consiste na elaboração de estudos, modelos e projeções que subsidiem o planejamento, incentivo e criação de políticas públicas relacionadas à economia H2V no Estado da Bahia. Por meio de um modelo matemático desenvolvido especialmente para o projeto, serão identificadas três áreas onde será possível fomentar uma cadeia produtiva do H2V no estado.
“O modelo vai cruzar dados, considerando a presença de fontes de águas residuais, do subsolo e salinas, além das fontes de transmissão elétrica e as fontes de energia limpa, como a fotovoltaica, solar e hidroelétrica, utilizadas para produzir o combustível sem uso do carbono”, explica José Luis Almeida, coordenador do Mapa do Hidrogênio Verde.
O estudo trará ainda um panorama mundial da produção, regulação, padronização e certificação global para o hidrogênio verde, situando a Bahia e suas possibilidades no cenário dos produtores de H2V. A equipe envolvida no projeto conta com 19 profissionais especializados em Modelagem matemática, Estudos Logísticos, Estudos Econômicos, Meio Ambiente e Eficiência Energética.
O Mapa é uma das ações do Plano Estadual para Economia de Hidrogênio Verde na Bahia, lançado pelo governo em abril de 2022, colocando o estado baiano na vanguarda dos investimentos que permitirão a substituição de combustíveis fósseis por energias renováveis no país.
Outros projetos
As norueguesas Aker Clean Hydrogen e Statkraft e a empresa alemã Sowitec anunciaram, este ano, um acordo de cooperação para desenvolvimento de um projeto híbrido de larga escala que combina geração de energia renovável e produção de hidrogênio e amônia verdes, na Bahia. O objetivo é atender à indústria brasileira de fertilizantes.
Em agosto, foi instituída a Comissão Especial para Implantação da Economia de Hidrogênio Verde no Estado da Bahia. O grupo cumpre o artigo 5º do decreto nº 21.200/que instituiu o Plano Estadual. Além da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, a comissão é formada pelas Secretarias de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI), de Infraestrutura (Seinfra) e do Meio Ambiente (Sema) e do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema).
“Com a comissão instituída, poderemos definir uma agenda de trabalho com reuniões temáticas e setoriais, fomentar e acompanhar os memorandos de entendimento a serem assinados com o setor privado e universidades da Bahia e discutir o contrato firmado com o SENAI CIMATEC em abril”, afirma Paulo Guimarães, superintendente de Atração de Investimentos e presidente da comissão.
O que é Hidrogênio Verde
O hidrogênio cuja produção é livre de emissão de CO2 é denominado hidrogênio verde. O mesmo pode ser produzido através da eletrólise da água, na qual a fonte de eletricidade empregada é integralmente proveniente de fontes de energias renováveis. Tal fato gera um hidrogênio sustentável e livre de emissões CO2, independentemente da tecnologia de eletrólise escolhida.
Alternativamente o hidrogênio verde também pode ser produzido através do emprego da biomassa como matéria prima. Dessa forma, o hidrogênio verde é considerado na atualidade uma das principais tecnologias-chave para economias comprometidas com as metas de descarbonização assinadas no “Tratado no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC)”, popularmente conhecido como Acordo de Paris, cuja meta é limitar o aquecimento global “abaixo de 2 graus Celsius” em comparação aos níveis pré-industriais.
Atualmente, não há opções economicamente viáveis para descarbonizar um terço das emissões relacionadas à energia (principalmente dos setores industriais de uso intensivo de energia e transporte de carga). O hidrogênio pode ser a resposta para o fornecimento de energia renovável a setores para os quais a eletrificação é difícil, como transporte, indústria e processos que exigem elevada quantidade de calor.
*Com informações da SDE e do Brasil 61.
Geral.
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