"Há um crime de violência obstétrica", diz advogado da gestante acusada de Homofobia

07 de junho de 2023 \\ Geral

A denúncia de homofobia ocorrida no Hospital da Mulher em Feira de Santana no domingo (4), ganhou repercussão nacional. Segundo relatos de testemunhas, uma gestante afirmou que não gostaria de ser atendida por um médico homossexual.  Em protesto e solidariedade, outro médico plantonista, Carlos da Costa Lino, colocou uma peruca, passou batom e foi atender a paciente.

Na segunda (5), a presidente da Fundação Hospitalar de Feira de Santana, entidade que gere o Hospital da Mulher, Gilberte Lucas, afirmou em entrevista ao Conectado News, que tal conduta em pleno século XXI é inaceitável.

O advogado da parturiente, Armênio Seixas Júnior, disse que a fala de sua cliente foi tirada de contexto, que ela nunca se referiu a orientação sexual do médico, mas sim, ao péssimo atendimento prestado.

"A parturiente foi atendida na noite de domingo (04) por esse médico, e ela de fato reclamou, mas do péssimo atendimento que é dispensado pela instituição, quando é de costume, já tem diversos comentários em sites conceituados da cidade  a respeito do péssimo atendimento, em momento algum, ela se referiu a orientação sexual do médico,  quando ela proferiu as palavras, “ não gosto de ser atendido por esse tipo de gente”, ela se referiu ao mal profissional, o servidor público que trabalha de forma inadequada, grosseira, ruim e não recepciona bem a pessoa no momento do parto", disse.

O advogado afirmou que trabalhará com a tese de que houve violência obstétrica por parte do Hospital. 

"Trabalharemos na questão da ausência de provas e vamos recompor essa situação demonstrando o cometimento do crime de violência obstétrica, haja vista que minha cliente foi e está sendo maltratada desde o dia em que adentrou a unidade hospitalar. Segundo familiares, ela pediu um psicólogo para ser atendida no pós-parto e até o momento não foi providenciado, ela já teve a criança, porém ainda está internada.

Armênio disse ainda que houve uma super exploração do tema, que para ele foi desnecessária.

"Por enquanto conversei apenas com os familiares, que me relataram todas essas questões, eles estão acompanhando diuturnamente essa situação, fui contratado justamente para demonstrar a nossa versão, o outro lado da moeda, não só a versão do médico, achei desnecessária a exploração do tema, inclusive, ela foi tratada com desdém e cinismo pelo colega que se travestiu para poder atender a paciente. Se observarmos as regras no Código de Ética médica em momento algum prevê esse tipo de situação", concluiu.

Reportagem: Luiz Santos e Hely Beltrão


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