Acompanhamento dos pais: O segredo do sucesso

28 de fevereiro de 2015 \\ Osmando Barbosa

Osmando Barbosa Caldas Filho
 
Finalmente na próxima segunda-feira começará o ano letivo 2015 nas 
 
escolas estaduais. Como professor do Ensino Médio há mais de quinze anos e 
 
gestor da rede estadual a outros sete, sei o quanto é importante a presença 
 
dos pais na vida escolar de nossas crianças e adolescentes. Primeiro, fica aqui 
 
o convite. As portas das escolas estão abertas, caros pais. Apareçam!  
 
Acertar no início do ano letivo é decisivo para ter boas notas o ano todo. 
 
E os pais têm outro papel fundamental neste momento: precisam transmitir ao 
 
filho palavras que aumentem a sua motivação, dosar a agenda para que a 
 
transição férias - estudo seja feita de um modo gradativo e, claro, acompanhar 
 
o trabalho escolar todos os dias: deveres de casa, rotina de estudos, ritmo de 
 
aprendizagem. Dois casos específicos merecem atenção redobrada. O primeiro 
 
é o das crianças que vão entrar na escola pela primeira vez. A experiência 
 
precisa ser positiva, para evitar eventuais resistências e estabelecer uma boa 
 
relação com o mundo escolar.
 
Para isso, os pais precisam controlar a própria ansiedade. Por exemplo, 
 
há mães que choram na entrada do colégio, ao ver o filho cruzar o portão. 
 
Embora essa reação seja compreensível, ela reforça o sentimento de 
 
separação e pode gerar insegurança. Há que manter a tranquilidade: afinal, na 
 
escola, a criança estará se desenvolvendo e terá educadores monitorando 
 
todas as suas atividades. Se os pais reagirem com naturalidade e alegria, ela 
 
se sentirá bem mais confiante.
 
Em alguns casos, é necessário um período de adaptação. Alguns 
 
colégios sugerem que os pais fiquem um pouco com os filhos na sala de aula, 
 
nos primeiros dias, para aumentar a sua autoconfiança. Vale explicar a eles o 
 
porquê de ir à escola, a importância de aprender e a oportunidade de fazer 
 
novos amigos. Em pouco tempo a criança se integrará naturalmente ao novo 
 
ambiente.
 
Outro caso que exige especial atenção é o das crianças que estão 
 
passando do 5º para o 6º ano (a antiga “5ª série”). Não é uma mudança 
 
simples: são mais matérias e professores, muitos livros didáticos, mais deveres 
 
de casa e provas. O papel dos pais é ajudar na organização da agenda do dia, 
 
reforçar sempre o hábito de estudo e não deixar que as matérias se acumulem.
 
Osmando Barbosa Caldas Filho
 
Não dá para esquecer que, nessa fase, o filho está entrando na 
 
adolescência e irão surgindo outros interesses além do estudo. É uma etapa 
 
marcada por novos eventos, como conflitos entre jovens, bullying, excesso de 
 
internet, risco do consumo de drogas. É momento de insegurança e 
 
necessidade de autoafirmação.
 
Frente a isso, em vez de cobranças exageradas, que podem atrapalhar 
 
a relação familiar neste momento tão delicado, pais e mães precisam conversar 
 
bastante com os filhos, com transparência e abertura, para entender com se 
 
sentem e orientar diante das dificuldades.
 
Em todos os casos, é importantíssimo manter contato direto e constante 
 
com a escola, para saber se o estudante começou bem o ano, se tudo corre 
 
dentro das expectativas e se há algo que possa ser feito em casa para reforçar 
 
a aprendizagem. Quando essa sintonia entre família e escola acontece de 
 
verdade, as chances de ter um ano letivo bem-sucedido são bem maiores.