Acompanhamento dos pais: O segredo do sucesso
Osmando Barbosa Caldas Filho
Finalmente na próxima segunda-feira começará o ano letivo 2015 nas
escolas estaduais. Como professor do Ensino Médio há mais de quinze anos e
gestor da rede estadual a outros sete, sei o quanto é importante a presença
dos pais na vida escolar de nossas crianças e adolescentes. Primeiro, fica aqui
o convite. As portas das escolas estão abertas, caros pais. Apareçam!
Acertar no início do ano letivo é decisivo para ter boas notas o ano todo.
E os pais têm outro papel fundamental neste momento: precisam transmitir ao
filho palavras que aumentem a sua motivação, dosar a agenda para que a
transição férias - estudo seja feita de um modo gradativo e, claro, acompanhar
o trabalho escolar todos os dias: deveres de casa, rotina de estudos, ritmo de
aprendizagem. Dois casos específicos merecem atenção redobrada. O primeiro
é o das crianças que vão entrar na escola pela primeira vez. A experiência
precisa ser positiva, para evitar eventuais resistências e estabelecer uma boa
relação com o mundo escolar.
Para isso, os pais precisam controlar a própria ansiedade. Por exemplo,
há mães que choram na entrada do colégio, ao ver o filho cruzar o portão.
Embora essa reação seja compreensível, ela reforça o sentimento de
separação e pode gerar insegurança. Há que manter a tranquilidade: afinal, na
escola, a criança estará se desenvolvendo e terá educadores monitorando
todas as suas atividades. Se os pais reagirem com naturalidade e alegria, ela
se sentirá bem mais confiante.
Em alguns casos, é necessário um período de adaptação. Alguns
colégios sugerem que os pais fiquem um pouco com os filhos na sala de aula,
nos primeiros dias, para aumentar a sua autoconfiança. Vale explicar a eles o
porquê de ir à escola, a importância de aprender e a oportunidade de fazer
novos amigos. Em pouco tempo a criança se integrará naturalmente ao novo
ambiente.
Outro caso que exige especial atenção é o das crianças que estão
passando do 5º para o 6º ano (a antiga “5ª série”). Não é uma mudança
simples: são mais matérias e professores, muitos livros didáticos, mais deveres
de casa e provas. O papel dos pais é ajudar na organização da agenda do dia,
reforçar sempre o hábito de estudo e não deixar que as matérias se acumulem.
Osmando Barbosa Caldas Filho
Não dá para esquecer que, nessa fase, o filho está entrando na
adolescência e irão surgindo outros interesses além do estudo. É uma etapa
marcada por novos eventos, como conflitos entre jovens, bullying, excesso de
internet, risco do consumo de drogas. É momento de insegurança e
necessidade de autoafirmação.
Frente a isso, em vez de cobranças exageradas, que podem atrapalhar
a relação familiar neste momento tão delicado, pais e mães precisam conversar
bastante com os filhos, com transparência e abertura, para entender com se
sentem e orientar diante das dificuldades.
Em todos os casos, é importantíssimo manter contato direto e constante
com a escola, para saber se o estudante começou bem o ano, se tudo corre
dentro das expectativas e se há algo que possa ser feito em casa para reforçar
a aprendizagem. Quando essa sintonia entre família e escola acontece de
verdade, as chances de ter um ano letivo bem-sucedido são bem maiores.